sábado, 21 de julho de 2012

PRESENÇA (poeminha descaradamente à moda de Manuel Bandeira)



Tua presença é tão perfurante como
um serrilhado de violinos de Wagner
ou um acidente de trem.

Teus olhos são tão profundos como
reza em Domingo de Ramos
ou um desabamento na favela.

Tuas pernas são perturbadoras como
os sapos de Carnaval
ou a fumaça da fábrica de tintas.

Teu corpo é tão bonito quanto
flor no jardim da casa da avó
ou mendigos na porta da igreja.

Já teu amor,
síntese dessas imagens que doem
é tão real quanto chuva no deserto
ou morte com alegria.

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