sexta-feira, 27 de julho de 2012

ÁGUA

E por que você não vai poder ter outra casa?, 
perguntou o realejeiro. 
Já está tarde para isso, balbuciou Álvaro, 
com uma metade tristeza e outra metade vinho.

Andrés Newman 
em O Viajante do Século






Retorno àquela água azeda
ao mar que engolia o sol
que vomitava laranjas.


Revivo aquela água salgada
e os sabores cítricos que um dia
encheram-me os sentidos e o sentido.


Retorno àquela água cálida
e aos insistentes apelos da trilha
para que não me escapasse a paisagem.


Revivo aquela água amarga.
A noite, agora soberana,
enfatiza o fim do outono, o fim do outono.

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