sexta-feira, 29 de março de 2013

FILHA


Há exatos dezoito anos me tornei pai. Quando minha filha estava perto de fazer seu primeiro ano escrevi esse poeminha piégas onde registrei as sensações que a paternidade me proporcionava (e ainda proporciona). 

Parabéns, filhota!



FILHA

Você, criança, dormindo
é um espetáculo
dá risinhos, faz que vira
larga, pega
a chupeta e a fraldinha.

Acorda e faz chamada
busca a mãe e a esse pai
quer saber por que não estão todos
vigiando-lhe o despertar.

E quando brinca...
É tão séria como são todas as crianças brincando
traz à minha boca a panelinha
cheia de quitutes mil imaginados
e laboriosamente preparados.

Você, filha, é alegria e preocupação
não sei qual mais.
É um cuidado ao dirigir que agora tomo.
É me pegar na hora do almoço
diante da vitrine olhando bichinhos, joguinhos
e outros inhos.
É retornar ao país, seus caminhos, seus futuros.
É acreditar menos na vocação destrutiva do homem.

Para amar a Deus sobre todas as coisas é preciso amar aos filhos sobre todos os deuses.



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