sábado, 26 de janeiro de 2013

TRANSPLANTE


Durmo sobre o lado direito do corpo para que meu coração não precise suportar mais peso do que aquele com o qual o infrinjo normalmente.
Ele não é um músculo saudável. Comida pesada e sofrimentos amargos fizeram com que ele pareça pelo menos quinze anos mais velho do que o restante de mim. Suas válvulas e fibras carregam minhas dores impressas em tintas nada suaves.
Às vezes penso que ele quer vingança por tudo que lhe fiz, provavelmente ser transplantado para alguém que cuide melhor dele. Não posso censurá-lo.



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