Quem passou pela vida em
branca nuvem,
E em plácido repouso adormeceu;
Quem não
sentiu o frio de desgraça,
Quem
passou pela vida e não sofreu;
Foi
espectro de homem; não foi homem,
Só
passou pela vida, não viveu.
Francisco Otaviano (1825-1889)
Você me acha triste, diz
que meu olhar fita o infinito
Se pergunta, como estou?
Nunca digo: tudo bem,
mas que vou indo.
Que ando de cabeça baixa,
e raramente dou um sorriso.
Ontem me pegou chorando,
e não pode ver o motivo.
Tem medo que eu não te ame mais,
que nosso amor esteja esgotado
não sabe o que fazer,
me pede que eu reaja.
Admito que as dores do mundo
se hospedam no meu coração.
Mas isso não é tristeza minha,
infelicidade ou depressão.
É que sendo poeta,
sinto tudo o que há para sentir
cada infortúnio, desgraça,
remorso, o que há de ruim.
Mas tenho também os amores
os encantos, as alegrias,
e tudo sai em meus versos,
não só a melancolia.
Por isso, meu bem, entenda
e acredite no meu amor.
Meu destino é traduzir o mundo,
o prazer,
mas também a dor.
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