Em 2001 inscrevi três poesias em um concurso e, como as considerava espetaculares, fiquei bastante frustado, confesso, quando o resultado saiu e apenas uma delas foi classificada. E mesmo assim em vigésimo lugar!
Esta semana, tive um lampejo do que seria o tal do inconsciente coletivo quando lendo o excelente blog avidanumagoa, do meu amigo Evandro, encontro num dos seus belíssimos versos a mesma ideia contida nesses meus quase esquecidos versos. Para quem quiser brincar de procurar um arquétipo poético citado é só clicar: soneto-ingles-1.
Existem duas maneiras de não
cumprir uma promessa:
A primeira é negá-la,
executar seu oposto. Encerrá-la.
A segunda, é adiar seu
cumprimento
mas renová-la.
Como fazem tão bem os políticos
e os amantes.
Alguém disse que a esperança é
uma espécie de felicidade.
Vou mais além:
A esperança é a única forma de
felicidade.
Ser feliz apenas com o que se
tem?
Com aquilo que se é?
O homem sonha
e nesse sonho vive o que lhe foi
negado.
Há algo mágico ou mesmo divino
em manter acesa a chama de uma
promessa.
Nos fazemos eternos nas
possibilidades não irrealizadas.
Uma promessa é só expectativa
latente
mas
que dificilmente se desfaz no ar.
Uma promessa é um quadro
inacabado,
a obra prima em andamento.
O verso derradeiro
do soneto definitivo,
que falta,
mas dará
o perfeito fechamento.
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