Cerro os
olhos,
penso bobagens
mas
nasce o dia
e então
desisto.
Solano
Tiguar (España 1856/1900)
Quando me dá aquela falta de confiança, uma fraqueza nas pernas, o corpo todo mole, uma arrepiação, quando me falta ar, a noite chega, quando a vida se esvai em abortos inúteis porque na mesma hora há outros sendo inventados que nem sabem, e nunca saberão. Quando tudo é demais, tudo é agouro, tudo é pouco, e ao mesmo tempo é tanto. Minha cara no espelho, ah! maldito seja esse espelho e essa imagem de homem fragmentado, repartido entre o passado de pouca sombra e um futuro que nunca firma. Que dor é essa que me dá quando menos espero, aos domingos, nas tardes ensolaradas, ou quando toca o telefone?
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