Enquanto o filho dava voltas no pangaré da pracinha ela de repente se viu admirando os bagos de um potro e pensando que aquilo deveria ter um peso peculiar. Não se envergonhou porque sabia que os homens que alugavam as charretes e os demais cavalos não poderiam saber (sequer imaginar) o que passava pela sua cabeça. Imaginou-se manipulando aquelas quase esferas, sentindo a consistência dos tendões e músculos, olhando de pertinho aquelas veias, acariciando os pelos curtos e secos. E o falo, é claro.
Ela sempre permitiu que sua mente a levasse aos lugares que, em sua vida real, jamais iria. Em seus pensamentos não haviam restrições de ordem moral ou ética. Era livre e feliz assim. No restante do tempo era aquilo que todos nós somos para os outros.
Ótimo.
ResponderExcluirE os cavalinhos correndo / Nós, cavalões, comendo / Tua beleza, Esmeralda / Acabou me enlouquecendo.
Clarice tb entendia:
ResponderExcluir...Existe um ser que mora dentro de mim como se fosse a casa dele, e é.
trata-se de um cavalo preto e lustoso que apesar de inteiramente selvagem - pois nunca morou antes em ninguém
...
come às vezes na minha mão.
Seu focinho é úmido e fresco.
eu beijo o seu focinho.