Aquela amplidão dos demônios
que habitam a escuridão das idéias
e que me fazem se esquecer da
criança,
e da escola
e do meio dia.
Porque não há nada como o meio
dia,
e uma semente brotando,
com o calor do sol.
Aquela amplidão das feras
que me devoram a cabeça
até restar vazio o quarto,
e meu ex-quase-corpo.
e meu ex-quase-corpo.
(Só atravesso pela faixa de
pedestres,
se quero brincar de pacato
cidadão.
Na maioria dos dias quero o
sangue
perdido na luta.
Beberia esse sangue, se pudesse,
por resignação e penitência.)
A pior, entretanto,
é a amplidão das palavras
que perfuram fundo a carne
e retalham tudo por onde passam.
Uma palavra pode ser punhal
(Não subestime a dureza de seu
aço
nem o rigor da sua lâmina).
Ou arma de fogo
que dispara à queima roupa
não pede licença,
nem quer perdão.
É da natureza das palavras
não fazer acordos
nem delegar poderes.
Enquanto pensamos que as
escolhemos
somos os escolhidos
para fecundá-las.
Em seu ofício,
fazê-las crescer.
(Germinar da ressurreição
as cinzas dos significados.
Tantas vezes violados,
tantas vezes extirpados.)
Cuidado com o machado, Eugênio,
cuidado para não se cortar.
Cuidado com a amplidão
dos espaços,
nas noites em que estamos sós.
Cuidado com o machado, Eugênio,
que o cabo lhe pode escapar.
Cuidado com a amplidão das
palavras
e de tudo que nos faz menor.
Em seu ofício,
ResponderExcluirfazê-las crescer.
E por seus orifícios,
fazê-las crescer.
Inda que nos nocauteiem.