Colin, da minha amiga Maria Ruch
De passos firmes mas dançantes
refletem nossa solidão
primordial.
Muitas de nossas faltas estão
neles:
o desconforto incessante com a
pele,
a insatisfação com o toque,
o egoísmo desinteressado.
Mas também são sinceros
o ócio como preferência,
a sombra ao sol.
Foram inventados.
Não poderiam existir naturalmente
nesse mundo
onde já foram confundidos com
deuses
mas também com feiticeiros.
Têm sete vidas e sete são os
pecados
Será essa uma indicação?
Suas garras retráteis marcam a
pele
com a mesma sutileza que apontam
nosso abandono.
Suas línguas são ásperas como o
cotidiano
e os miados, sirenes mórbidas
que curam o silêncio da noite.
As lembranças infinitas das casas
onde viveram
são como as dores de saudade em
exilados
ou a alegria de um dia inteiro
com quem se ama.
Tão suficientes, que dão a
impressão
de que se lambem, só para nos
salvar do tédio.
Já os cães,
esses alegres,
com seus temperamentos
previsíveis
e sua subserviência
são mais felizes.
Enigmáticos...
ResponderExcluirNo que fazem muito bem! Sem mistério=sem graça.
ResponderExcluir"cuando pasas
ResponderExcluiry posas
cuatro pies delicados
en el suelo,
oliendo,
desconfiado
de todo terrestre,
porque todo es inmundo
para el inmaculado pie del gato" (Pablo)
Este sabia onde estava pisando.
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