sábado, 19 de janeiro de 2013
BIOMASSA
Singro à velhice relutante,
meu corpo (às vezes) aceita,
a cabeça resiste.
Caminho por um chão de folhas mortas, galhos partidos cascas de árvores,
restos.
Afundo meus pés
nessa matéria orgânica se decompondo.
A sensação é de vida trocando de forma.
(Ou serei eu procurando algum sentido?)
A vida trocando de forma e eu inerte.
Singro à velhice, não à maturidade.
Brincávamos de viver, um erro atrás do outro.
Um erro atrás do erro do outro!
Afundo meus pés
na areia da praia, nesses grãos imortais
porque vivos jamais estiveram.
Essa é a sorte das matérias inorgânicas:
não sofrem a queda
porque jamais conheceram o apogeu.
Ao contrário de nós.
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