Daquelas férias na fazenda do tio ele guarda lembranças dispersas mas definitivas. Quase todas ainda conservam aquele arcabouço de grandeza sobre o qual somente as crianças podem se erguer (naquele tempo responsabilidades e culpas ainda não tinham sido inventadas).
O banho friíssimo no dia mal nascido; os bolos de milho que a tia fazia todas as tardes, servidos quentinhos com manteiga derretendo por cima; As goiabeiras do fundo da casa grande, tão carregadas que se curvavam como anciãos; o escarcéu dos animais no cio; a grande figueira sob a qual, todas as noites, os peões contavam histórias tenebrosas.
Mas principalmente, ele se lembra, do seu próprio espanto quando descobriu que os porcos não conseguem olhar para o céu.
Nenhum comentário:
Postar um comentário