El Matemático, de Rocío Caballero
Meu coração me comanda
meus caminhos decide,
sigo seu mapa,
me perco,
mas jamais questiono.
Meu coração me escraviza,
sou servo de suas vontades.
Atendo a seus menores caprichos
sem discutir sentido ou lógica.
Meu coração é meu dono
e sempre que pode demonstra
quem manda e obedeço
como a mais dócil criança.
Meu coração exige provas
de minha total devoção.
Ordena que eu seja
um machado que desce
e não perdoa o jacarandá
centenário.
Até mesmo meu orgulhoso coração
sofre, no entanto, por outro,
que mais esperto, disfarça
fingindo que não sabe.
Então, eu que servia a um,
agora,
tenho dois a obedecer.
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