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quarta-feira, 27 de fevereiro de 2013

À FLOR


Muitas vezes, quando saio de casa cedinho, ainda no carro, acabo me emocionando enquanto escuto uma determinada música: "Last Goodbye" do Jeff Buckley ou "Beautiful" do Marilion são figurinhas fáceis.







A da hora é "Ara Bátur" do Sigur Rós.



Dizem que vivo à flor da pele mas quem pode garantir?

Difícil é disfarçar a cara de choro.

sábado, 19 de janeiro de 2013

COM PETER HAMMILL NO IPOD


Meu pequeno cavalheiro,
espero que você cresça
para enfrentar os dragões
que hoje, em vigília,
tento impedir que forcem a porta do teu quarto.
E que você vença principalmente

os dragões que te habitam.
Meu pequeno príncipe,
onde você está agora?
Posso te ver mas não te encontrar.

sábado, 12 de janeiro de 2013

FIVE YEARS ON MARS



Amávamos Bowie (ainda amamos?)
Eu apresentei-lhe Five Years,
na verdade todo o Ziggy.
Ela me fez escutar Life on Mars, a sua favorita.
Fazíamos amor escutando Absolute Beginners
e dormíamos deixando rolar o Space Oddity.
Quando brigamos pela última vez
escutávamos o Pin Ups,
e ela esperou que terminasse antes de sair de casa.
Amávamos Bowie e nos amávamos.







quinta-feira, 3 de janeiro de 2013

O QUE É BONITO?



Na paz desses primeiros dias de férias, entre as centenas de músicas que escuto, uma se destaca: "O que é bonito?", do álbum "Olho de Peixe", gravado em 1992, por Lenine e Marcus Suzano.  Com uma sonoridade muito bem cuidada talvez esse seja o mais belo álbum da música brasileira (sem exagero). As composições formam um todo harmonioso e cem porcento conceitual, como gostam meus companheiros do rock progressivo. 
Em "O que é bonito"?, de Lenine e Bráulio Tavares a melodia emoldura um poema tocante e absurdamente bem construído. Para começar o ano bem!
(os negritos são meus, é claro)


O que é bonito

É o que persegue o infinito

Mas eu não sou

Eu não sou, não...

Eu gosto é do inacabado

O imperfeito, o estragado que dançou

O que dançou...

Eu quero mais erosão

Menos granito

Namorar o zero e o não

Escrever tudo o que desprezo

E desprezar tudo o que acredito

Eu não quero a gravação, não

Eu quero o grito

Que a gente vai, a gente vai

E fica a obra

Mas eu persigo o que falta

Não o que sobra

Eu quero tudo

Que dá e passa

Quero tudo que se despe

Se despede e despedaça
O que é bonito...



quinta-feira, 13 de dezembro de 2012

UMA TRADUÇÃO (SÓ QUE NÃO)


VULTURE (da banda norueguesa GAZPACHO)

I leave the gate and close the door
And when it rains it really pours

I left her a memory
And a boatman's song
Of how it ended before it had begun
Took a bite from the apple
Glistening red lips
Moonlight was golden shining off her hip
She said don't look back
Just come on in
You've got to hold on never give in

We're all here
Trying to be
Someone we know that
We'll never see.
We are all lost
We're down on our knees
Making believe
These are our dreams

The shadows lean on the old town square
There's nothing left to keep me here
Where promises are made of air
...

AR BRUTO

Há coisas que as casas escondem,
que guardam caladas.
Há coisas que as casas esquecem,
não acham mais,
perdem.

Há coisas que as paredes absorvem,
ou fazem-se de surdas.
Há coisas que as paredes refletem,
não dizem sim ou não, apenas
perdem.

Há coisas que as portas protegem,
os que ficam, os que saem.
Há coisas com as quais portas não podem
não suportam, simplesmente,
perdem.




quarta-feira, 12 de dezembro de 2012

IN MY BOX

Simplesmente adoro bandas/artistas que lançaram apenas um disco. Sei lá, sinto que toda uma gama de fatores confluíram para que aquela obra fosse a síntese daquela inspiração/união. 
Os exemplos são muitos (entre o ABSURDO e o INFINITO) mas os mais significativos para mim são as/os bandas/artistas ARMAGEDDON (Armageddon, Inglaterra, 1975), JEFF BUCKLEY (Grace, Estados Unidos, 1994) e FAIRFIELD PARLOUR (From Home To Home, 1970). 

Ainda que os dois primeiros mereçam e terão posts dedicados à eles aqui, hoje vou falar sobre essa obra única e maravilhosa que é o álbum do Fairfield Parlour. "Única" nem é uma expressão exata porque os mesmos caras haviam lançado quatro álbuns com o nome de Kaleidoscope (não confundir com a banda americana de mesmo nome). Entretanto, esse disco tem uma natureza tão própria que acaba diferindo da obra anterior deles. 
Ao trocarem de nome tudo mudou!
Com uma sonoridade que remete intencionalmente (e declaradamente) aos Beatles, a banda liderada por Eddy Pumer e Peter Daltrey (autores de todas as canções, ok, eu sei que você pensou em Lennon e MacCartney) fizeram um misto de folk e classic rock da mais alta qualidade. Sempre que os ouço (e é sempre) lembro (além dos The Fab Four) do Pretty Things ou mesmo de uma das (melhores fases) do Fairport Convention.
"From Home To Home" traz algumas maravilhas como "Aries", "Soldier Of The Flesh" (link a seguir) e "Emily".


Além dessas, destaco (E MUITO!) a curtinha (tem exatos dois minutos), intensa e apenas aparentemente inocente "'In My Box":


In my box have lots of things
Like bicycles and bells and things,
And an old oak tree and you!
In my box have lots of things
Like buses, trams and trains and things
And a bust of King George and you!
In my...
In my box I get lost all the time
In box I get lost, but who cares?
Just pour the wine!
In my box have lots of things
Like mountains, ships and peas and things
And a Sunday School and you
In my...
In my box I get lost all the time
In box I get lost, but who cares?
Just pour the wine!
In my box I have lots of things
A broken heart and plate and dreams
And a photograph of me!
In my...
In my box I get lost all the time
In box I get lost, but who cares?
Just pour the wine!

(Nem precisa do google translation. Para entender de verdade talvez precise de outra coisa).

Esse álbum surpreende sempre quem o escuta pela primeira vez. A minha edição é de 2004, da (dedicada editora alemã) Repertorie, e traz OITO faixas bônus! 

Amo esse álbum do começo ao fim!

quarta-feira, 5 de dezembro de 2012

DA SÉRIE: ÁLBUNS QUE AMO SEM MAIS NEM PORQUÊ



Não é nem de longe o mais conceituado (apesar de ser bem conceitual). Dizem que nem pode ser considerado um álbum da banda já que o projeto é todo do Roger Waters. Eu não me importo. O que sei é que THE FINAL CUT (1983) marcou minha adolescência, com sua história bem contada, suas belas melodias, com Waters cantando de forma sofrida (o trabalho é dedicado ao pai dele, morto na segunda grande guerra).
Para mim é o post-scriptum perfeito para o The Wall (com o qual se assemelha em vários momentos).

Jamais vou esquecer, na segunda vez que Waters veio ao Brasil, quando tocou The Flecher Memorial Home. A maioria do público na Praça da Apoteose não sabia nem do que se tratava enquanto eu e um punhado de emocionados amigos gritávamos abraçados, a todo pulmão, "Boom boom, bang bang, lie down you're dead".

Pergunte a cem fãs do Floyd quais seus álbuns favoritos da banda e esse não aparecerá na lista nem de cinco deles. Mas na minha está! Por quê? De verdade, a gente precisa mesmo racionalizar os motivos para amar alguma coisa?


(O que é esse solo do Gilmour?)


terça-feira, 20 de novembro de 2012

EN ESTA TARDE GRIS

Naquelas manhãs de sábado, subíamos a serra no Aero Willys verde-água de meus pais escutando sempre os mesmos cassetes: Roberto Carlos, Martinho da Vila e o meu favorito, Julio Sosa.



Julio Sosa foi um cantor de tango extraordinário. Dono de uma voz potente e uma capacidade de interpretar que lhe rendeu o apelido de El Varon Del Tango, ele porém, se recusava a interpretar a arrepiante composição de Mores e Contursi, En Essa Tarde Gris. Parece que a letra lhe trazia lembranças dolorosas demais de um amor desfeito, mas a música era tão perfeita para ele que, um dia finalmente, foi convencido a gravá-la. Contam os músicos que participaram da sessão de gravação que Sosa parecia estar o tempo todo com um nó na garganta e que, por isso,  tiveram, por diversas vezes, que recomeçar. E quando conseguiu, terminou a gravação aos prantosO maestro Leopoldo Frederico perguntou então se queria tentar novamente mas ele respondeu "Que quede como está, ya no puedo repetirlo más".
Na volta para casa, dirigindo em alta velocidade, Sosa sofreu um grave acidente , morrendo horas depois no hospital. Era 26 de novembro de 1964.
Não sei se por conhecer e me impressionar com essa história desde criança (lembro do meu pai contando-a), cada vez que escuto esse tangaço acabo me emocionando.
Muitos consideram Sosa tão bom, e alguns até melhor, do que a lenda Carlos Gardel. Curiosamente, suas vidas têm vários aspectos parecidos:  Nenhum deles é argentino de nascimento, Gardel era francês e Sosa, uruguaio. Ambos tiveram uma morte trágica (Gardel em um desastre de avião), e no auge de suas carreiras.

Com vocês, Julio Sosa em sua gravação mais dolente:



En esta tarde gris
1941
Música: Mariano Mores 
Letra: José Maria Contursi 

¡Qué ganas de llorar en esta tarde gris!
En su repiquetear la lluvia habla de ti...
Remordimiento de saber
que por mi culpa, nunca,
vida, nunca te veré.
Mis ojos al cerrar te ven igual que ayer,
temblando, al implorar de nuevo mi querer...
¡Y hoy es tu voz que vuelve a mí
en esta tarde gris!

Ven
—triste me decías–,
que en esta soledad
no puede más el alma mía...
Ven
y apiádate de mi dolor,
que estoy cansada de llorarte,
sufrir y esperarte
y hablar siempre a solas
con mi corazón.
Ven,
pues te quiero tanto,
que si no vienes hoy
voy a quedar ahogada en llanto...
No,
no puede ser que viva así,
con este amor clavado en mí
como una maldición.

No supe comprender tu desesperación
y alegre me alejé en alas de otro amor...
¡Qué solo y triste me encontré
cuando me vi tan lejos
y mi engaño comprobé!
Mis ojos al cerrar te ven igual que ayer,
temblando, al implorar de nuevo mi querer...
¡Y hoy es tu voz que sangra en mí,
en esta tarde gris!


domingo, 18 de novembro de 2012

MENINOS, EU VI, OUVI; E VIVI



Neste fim de semana mágico, vi gente militando pela música latina, enfrentando todo tipo de perrengue para divulgar artistas e ritmos que o mainstream não abarca.




Assisti a uma das minhas bandas favoritas dar um show com músicas poderosas, mas também de profissionalismo.


Vi uma garotada competente tocando bonito junto de gente com mais estrada.
Conheci pessoas de muita "buena onda"!
E vivi uma noite musical das mais divertidas da minha vida. Com a palavra, Maurício Gouveia que sintetizou o que aconteceu nesta sexta feira com muita competência e sensibilidade: 

"Muitos dos momentos mais mágicos e incríveis do ROCK´n´ROLL – e da Arte, em geral – NÃO ACONTECERAM SOB OS HOLOFOTES. O momento de inspiração que gerou aquela nossa canção favorita, a conversa em que Mick Jagger e Keith Richards decidiram montar uma banda, a Jam session numa boate do Rio, nos anos 70, em que Stevie Wonder tocou bateria, o Jorge Ben guitarra e Sérgio Mendes foi pro piano (isso aconteceu mesmo, é sério).


Na noite de ontem rolou um desses momentos indescritíveis & INESQUECÍVEIS, desses que fogem ao script e elevam a alma às alturas! A banda PEZ recebeu a equipe da Locos Hermanos, alguns jornalistas e fãs no hotel Mango Mango. Vinho, tábuas de frio, sonidos suaves de fondo e bate papo descontraído. Después fomos todos pro estúdio PEDALADEIRA. Los Vulcânicos e a banda Enio & A Nóia tocaram algumas canções, e Nelson Burgoz levou algumas das suas canções acompanhado do Dony Escobar, do Filipe e do zozio RL. Mas é claro que tudo havia sido planejado, desde o início, para que batesse a coceira no Ariel, no Fósforo Garcia e no Franco...
E ROLOU A JAM SESSION COM O PEZ!!! Os 20 pares de ouvidos que tiveram o privilégio de estarem já assistiram a banda se soltando e brincando, no maior alto astral e despojamento! 



No momento mais loco da noite, de um jeito que não saberia explicar como, DJ Ácaro e Felipe Proença cantaram “Ziggy Stardust” do Bowie, com todos os músicos juntos & mesclados!!!"



terça-feira, 13 de novembro de 2012

DEZ ÁLBUNS E UMA PERGUNTA

Responda rápido: o que os álbuns a seguir têm em comum (além de serem TODOS maravilhosos)?



Doomsday Afternoon (Phideaux)  Divisor de águas na sua carreira  do americano Phideaux Xavier, este é um álbum primoroso do início ao fim. Seus três trabalhos seguintes mantiveram o padrão.






Nigth (Gazpacho) Um álbum denso, cheio de climas distintos. É meio covardia colocar o Gazpacho nessa lista porque todos os álbuns desse grupo estarão nas listas dos melhores dos anos em que foram lançados.




Sleeping in Traffic - Part One (Beardfish) Trabalho de grande fôlego desses suecos. A parte 2 faz um par perfeito. 





Sound of Apocalipse (Black Bonzo) Sem dúvida o melhor álbum da carreira destes também suecos. O vocalista Magnus Lindren é um dos melhores em atividade. 



Rapid Eye Movement (Riverside) Vigor e competência diretamente  da Polônia (um dos cenários mais interessantes do progressivo europeu contemporâneo).




Sola Scriptura (Neal Morse) O mestre em uma obra magnânima. As músicas são tão extensas quanto belas.







2ns Hands (The Gourishankar) Esta banda russa, que canta em inglês, conseguiu sair do anonimato diretamente para a lista das melhores da década.






Fear of a Blank Planet (Porcupine Tree) Steven Wilson e Cia num dos melhores álbuns da carreira da banda. Destaque para a música Anesthetize.







Oblivion Sun (Oblivion Sun) O menos conhecido dessa lista foi uma bela surpresa. Pelas citações que fazem estes americanos devem ser ótimos ouvintes.






Blackfield II (Blackfield) O casamento musical do incansável Steven Wilson com o israelense Aviv Geffen em seu momento mais sublime.


Conseguiu responder? 

O fato é que foram lançados no mesmo ano: 2007. 

Do terceiro milênio não consigo pensar em outro que concentre tão boa relação quantidade/qualidade. 
Já tentei fazer o mesmo exercício para este ano ou o anterior mas não consigo passar de cinco ou seis. 
Estarei exigente demais ou sou apenas um desinformado?